terça-feira, 31 de outubro de 2017

Uma apresentação pobre

Apenas nove pessoas, entre os quais três funcionários da câmara e dois jornalistas, assistiram à sessão pública de esclarecimentos sobre o projeto de requalificação dos espaços exteriores das avenidas Nuno Álvares Pereira, Torres Pinheiro e Combatentes da Grande Guerra, em Tomar.

Porquê este desinteresse pelo assunto em que nem sequer os moradores nem os comerciantes das avenidas afetadas participaram?
A explicação é simples. Para esta sessão, realizada no dia 30 no salão nobre, a câmara limitou-se a publicar um edital, daqueles que ninguém lê, perdido no meio da publicidade e dos classificados dos jornais. Não houve qualquer anúncio a apelar ou a convidar à participação dos cidadãos. A informação sobre aquela sessão foi insignificante o que leva a questionar se a câmara está de facto interessado na participação pública. “Está no site”, argumentam os técnicos e políticos para quem devem ser os cidadãos a procurar a informação e não deve ser a câmara a levar a informação aos munícipes numa atitude proativa.
Porque, como questionou o ex-vereador Bruno Graça no facebook, estamos perante “discussões públicas ou exercícios de hipocrisia?”
É que “as Discussões Públicas só terão interesse e cumprem os seus objetivos se os responsáveis políticos tiverem a preocupação de criar condições motivadoras e facilitadoras ao envolvimento de, pelo menos, uma parte significativa da comunidade, no debate”, acrescenta o mesmo ex-autarca.
Porque não foram publicados na imprensa, nas rádios e na internet anúncios apelativos a convidar a população a participar?
Porque não foram convocados os comerciantes e moradores daquelas avenidas, o que poderia ser feito colocando um simples flyer na caixa de correio?
Porque razão, há uns anos, os projetos do programa Polis tinham sempre casa cheia nas sessões de apresentação?
Quem assistiu à sessão do dia 30 saiu dali frustrado nas suas expectativas. Não foi feita qualquer apresentação multimédia, não foi distribuída qualquer documentação, uma simples fotocópia que fosse. Os técnicos apenas apresentavam alguns papeis com os desenhos como se alguém na plateia conseguisse ver alguma coisa. Pobre, muito pobre!
Como conclui Bruno Graça, o que se está a verificar é o cumprimento de “uma mera formalidade, hipócrita, para satisfazer uma exigência legal e assim impor a vontade de quem detém o poder”.
                                                                         JG

5 comentários:

  1. No meu caso não estive presente por foi-me de todo impossível. Convocar comerciantes e moradores, esta agora está boa, uma autarquia quando é eleita se tiver que perguntar ás pessoas por tudo o que tenciona fazer, não valia a pena ser eleita. Para a próxima é melhor contratar uma viatura com instalação sonora para fazer o anuncio. As pessoas não compareceram porque não tem qualquer interesse em expressar a sua opinião ou tomarem conhecimento de algo, a não ser que haja comes e bebes, depois só sabem deitar abaixo. Grandes Anabela Freitas é preciso teres uns...........muito grandes, para ouvires tanta estupidez.

    ResponderEliminar
  2. Mas esse génio Bruno Graça enquanto foi vereador, durante quatro longos anos, não teve tempo para mudar as coisas ou foi ele mesmo o expoente máximo da hipocrisia política que se viveu em Tomar nos últimos quatro anos? Grande fala barato!

    ResponderEliminar
  3. É tudo uma questão de vontade politica: ou a CMT tem vontade que os cidadãos participem e trabalha para isso ou está-se borrifando e cumpre o tal formalismo legal da discussão pública.

    ResponderEliminar
  4. A pouca publicidade dada ào edital não é inocente. Convém não levantar muita poeira para a porcaria que aí vem com o (des)arranjo das avenidas de Tomar.
    Mais publicidade teve a reunião entre a presidente e os orientais empreendedores...lembram-se???

    ResponderEliminar
  5. Tudo isto é triste,tudo isto é Tomar! Pobre terra, triste gente!

    ResponderEliminar